Naiara Daniele Ferreira Cosmo, de 27 anos é exemplo de como o coronavírus prejudicou o trabalhador doméstico; ela perdeu praticamente todos os serviços
Faxineira há quase uma década, Naiara Daniele Ferreira Cosmo, de 27 anos, fazia seis faxinas semanais até os três primeiros meses de 2020, cada uma por R$ 150. Ela ajudava o marido a sustentar a moradia e a filha do casal, de 7 anos. Com a pandemia, a jovem perdeu praticamente todos os serviços – recebe apenas de um dos contratantes, mesmo sem ir fazer a limpeza. “Pagamos aluguel, e eu dependia das faxinas para ajudar meu marido. Preciso regrar mais as coisas para minha filha. Meu medo é passar fome”, disse a moradora de BH. “Agora, com essa segunda onda, eu só estou com uma faxina, mas ainda não sei como vai ficar, afirmou a trabalhadora.
Naiara não está sozinha: a procura por ajudantes do lar caiu. Até o terceiro trimestre de 2020, Minas tinha perdido 149 mil postos de trabalhos domésticos em relação ao mesmo período de 2019 – 23 mil deles com carteira assinada –, de acordo o presidente do Instituto Doméstica Legal, Mario Avelino, que toma como base dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Em todo o país, 430 mil empregadas com carteira perderam emprego em 2020.